segunda-feira, julho 18, 2016
Da Merda do Happn
segunda-feira, julho 18, 2016
Daí você resolve usar esses
aplicativos de conhecer pessoas. Mais do que a vontade de conhecer alguém,
existe a curiosidade de saber como funciona. Afinal, Tinder, Happn e afins
estão marcando toda uma geração. Vamos ver que pito toca.
Em tese, a brincadeira é legal.
Você se coloca numa vitrine (o que é ruim), mas também tem acesso a analisar o
outro vitrinado (o que é justo). E dedinhos deslizantes para um lado, dedinhos
deslizantes para o outro, você vai colecionando aquele mundaréu de crushes. No
começo, você fala com todos, depois, espera que falem com você, depois, fica lá só
acumulando pessoas na lista e quando menos percebe, tá ignorando todo mundo descaradamente,
sem nem lembrar o motivo inicial que te vez entrar naquela porra daquele
aplicativo: conhecer pessoas.
Minhas experiências foram incrivelmente bizarras. E querem saber o pior? Aposto (e ganho) que não foi só comigo. E
mais! Aposto que isso acontece com 80% das pessoas que usam essas merdas.
O primeiro cara com quem
conversei já me deu o tom da doidera que aquilo ia ser. Conversamos o dia todo
e a noite resolvemos tomar um café. Claro que ele era mais bonito na foto do
que pessoalmente, mas tudo bem. Tivemos um papo super gostoso, gostávamos das
mesmas séries, tínhamos o mesmo senso de humor, enfim, tudo belezinha. Por
algum motivo, não beijamos. Mas tudo bem, acho que tinha até deixado mais
especial não termos tido o contato físico tão rapidamente. Continuamos
conversando nos dias seguintes, sempre marcando de sair de novo, ambos com
vontade do tal beijo que não tinha rolado. Quando nos adicionamos no Facebook,
ele criticou o fato que ainda existir fotos do meu ex postadas ali. Mesmo que
fossem fotos antigas. Sugeriu que eu tirasse. Eu disse não que não tiraria. Ele
mandou eu me foder e me chamou de filha da puta.
Meses depois, me desbloqueou do
aplicativo e escreveu: “Oi, sua putinha. Vem me chupar”.
Claro que saí do app logo que o
sequelado mostrou sua loucura. Sabia que aquilo não era pra mim. Até que minha
amiga foi em casa e sugeriu que eu voltasse. “Vai, é divertido! Pelo menos pra
trocar umas ideias com uns bonitinhos...”. E eu voltei. E naquela semana, conheci
um outro cara que desgraçou minha vida. Me apaixonei loucamente e teria casado
com o cabra se ele quisesse. Mas é claro que ele não quis. Ele havia saído de
um relacionamento não havia muito tempo e não queria nada sério. Eu entendi e
respeitei. Ai, ele foi viajar e conheceu uma senhora por quem se apaixonou na
mesma intensidade com a qual eu me apaixonara. Começou a namorar no dia
seguinte, e eu fiquei com o coração partido.
Mais uma vez, saí do app.
E mais uma vez, voltei pro app.
Mas agora a pegada já era outra,
eu já estava na fase de ignorar, de não responder, de dar “like” e não falar
nada. Ou dar “like” e me arrepender. Conheci uma galera legal, uns caras
idiotas, outros gente boa, fiquei com alguns, outros se apaixonaram e assim foi
a vida. Até que de novo, os doidos apareceram. Gente que começa a falar e,
quando você acha que tá tudo bem, o cara vai e te bloqueia. E outro, como o de
hoje, que vira crush para falar que você é uma gorda zuada e que seu corpo é horrível,
que você não passa de uma comedora de McDonalds, muito embora não tenha uma
fotinho sequer que mostre sua silhueta. E ele fala que tá ali só pra isso
mesmo: zuar mulher gorda.
Só que dessa vez, não dá mais.
Não sei vocês, mas pra mim, deu por hoje. Esse negócio de aplicativo, não é pra
mim. Pensando bem, esse negócio de humanidade também não.
quarta-feira, dezembro 11, 2013
Do dia a dia e do senhor feliz
quarta-feira, dezembro 11, 2013
Hoje eu fui até um hipermercado
aqui de São Paulo tentar achar os últimos preparativos para a noite de natal.
Neste hipermercado há uma singela praça de alimentação daquelas que, de tão
gordurentas, te dá entupimento do miocárdio só de atravessá-la. Porém, é
caminho obrigatório para chegar ao hipermercado e refúgio daqueles que
trabalham na região e querem fugir das marmitas diárias.
Pois bem. Ao que eu estava
passando, me deparei com um senhor sentado à uma das mesas. Ele não devia ter
menos do que 80 anos. Era bem velhinho mesmo. Sua expressão corporal me fez
pensar que estava à espera de alguém, mas não havia ninguém que estivesse se
aproximando dele. Contudo, não foi sua solidão que me chamou atenção. À frente
deste senhor visivelmente idoso, havia uma enorme, mas enorme mesmo, porção de
batata frita com vários condimentos em cima. Não consegui e sorri abertamente.
Acho que ele sequer notou mas eu o fiquei encarando naqueles poucos segundos
nos quais eu passava por ele. Gostaria de ter tirado uma foto ou melhor ainda,
gostaria de ter me sentado e conversado com ele. Afinal, em tempos que todos
procuram diminuir o colesterol ruim, se preocupam com hipertensão, infarto e
mais um tanto de doenças praticamente obrigatórias, lá estava aquele senhor
sentado na praça de alimentação de um hipermercado se deliciando com aquelas
apetitosas batatas fritas gritando silenciosamente um grande FODA-SE para tudo.
Eu sei que temos que nos
preocupar com nossa saúde. Mas será mesmo que adianta comermos um franguinho no
almoço e uma saladinha na janta enquanto nos entupimos de café no horário de
trabalho e nos estressamos além do que é possível imaginar com trânsito, gente
folgada, cobrança, dinheiro, status?
Enquanto eu me perguntava tudo
isso, terminei os meus afazeres e voltei pelo mesmo caminho. O senhor ainda
estava lá, e ainda trabalhando em demolir aquela montanha de carboidrato com
óleo. Ainda sozinho. Mas querem saber o melhor? Ele estava com uma expressão extremamente
feliz. E sem culpa.
Não tirei foto nem sentei com
ele. Mas espero guardar para sempre na memória a imagem daquele senhor
enrugado, de óculos finos e boina marrom, sentado sozinho comendo batata frita,
sapateando mentalmente na face da sociedade hipocritamente saudável e
aparentando, acima de tudo, estar em paz.
segunda-feira, maio 27, 2013
Mãe
segunda-feira, maio 27, 2013
As pessoas se surpreendem quando eu falo que não quero ter filhos. Engraçado que a sociedade, por mais avançada que esteja, ainda se prende à conceitos tão engessados como a obrigatoriedade que a mulher tem quem querer ter filhos.
Confesso que já argumentei o porque do “não” de várias formas. Já me prendi à idade, aos meus sonhos e vontades pessoais, ao meu egoísmo, à condição social. Mas acho que a verdade é uma só: eu sei o grande caos que uma mãe pode causar na vida de um filho. Eu sei que há uma ligação espiritual entre os dois que faz com que a cria tenha uma necessidade sempre quase patológica de agradar sua progenitora que, por sua vez, usará de sua influencia sempre que possível para persuadir seu filho a fazer aquilo que ela acha certo. Ou aquilo que lhe convém.
Às vezes, uma coisa dita, lá atrás é o suficiente para marcar negativamente a vida do seu filho para sempre. Às vezes, uma mãe pode ser o motivo da infelicidade de seu filho mesmo sem saber.
É uma responsabilidade muito grande. Não acho que um dia estarei pronta.
segunda-feira, dezembro 17, 2012
O Sonho
segunda-feira, dezembro 17, 2012
Estávamos no carro, em meio ao trânsito em plena 23 de Maio, Paulo (o Coelho) e eu, no que bem podia ser uma volta para casa nesta segunda feira chuvosa.
Ele estava ao volante e eu, no passageiro no que parecia ser o meu carro. Ele era quem de fato ele é. Assim como eu era quem de fato sou. Mas ele se dirigia a mim de igual para igual. Não como se fôssemos amigos, tampouco como se eu fosse uma celebridade, muito menos como se ele fosse alguém normal, mas como se fôssemos dois conhecidos, apresentados por amigos em comum, tentando arrumar assunto naquele momento que para dele devia estar sendo tedioso, enquanto de minha parte, eu segurava toda uma vontade de gritar e perguntar-lhe todas as coisas quero, um dia, lhe perguntar.
Subitamente, lancei:
“-Ah, mas você é escritor. É livre. Pode fazer seus próprios horários e definir suas prioridades”.
Ao que ele me respondeu:
“-É, sou escritor. E isso tem segurado as pontas, mas as últimas duas semanas... Nossa, essas ultimas duas semanas estão bem difíceis”.
Não sei porque, mas no sonho eu sabia que essa dificuldade narrada tinha um cunho financeiro. Lancei-lhe uma interrogação com o olhar. Ele continuou:
“- A Dalva... sabe a Dalva?”
Consenti. Mas não fazia idéia de quem fosse a Dalva.
“- Ainda ontem estava conversando com a Dalva e ela tem materiais incríveis. Ela me disse que nem metade de seus livros foi publicada... Quero dizer, não está fácil”.
Abaixei a cabeça e comecei a chorar. Ele não entendia. Será que eu estava tão compadecida pela pobre Dalva a ponto de debulhar-me em lágrimas?
“Não, Paulo... É que você não sabe meu caminho até aqui. Estou justamente no ponto onde quero girar minha vida 180°, largar um emprego no qual ganho um bom salário e poderei ganhar ainda mais justamente para me dedicar à vida incerta de escritora e agora você vem me falando que talvez a parte financeira seja justamente a mais importante e que possivelmente eu estive no caminho certo o tempo todo sendo que o caminho certo sempre me foi tido como o errado?”
Ele me fitou sem respostas. Meio atônito.
Eu acordei.
[Inconclusivo mesmo depois de acordada. Preciso pensar. Volto em breve]
terça-feira, setembro 25, 2012
Sobre continuar
terça-feira, setembro 25, 2012
Depois de tudo o que deu errado, depois de todos os planos
que subitamente mudaram, depois de todos os impropérios vistos, vividos e
causados como simplesmente acreditar que dessa vez será diferente?
O ser humano é feito, ou pelo menos deveria ser regido, pelo
instinto. E o instinto básico de sobrevivência te impede de se jogar de um prédio
ou de se atirar de um avião em movimento. É contra a auto preservação inerente
a qualquer ser vivo.
Logo, depois de tanto me machucar, como posso simplesmente
achar que, dessa vez, ao invés do tapa, virá o afago?
segunda-feira, julho 16, 2012
O 16 de Julho
segunda-feira, julho 16, 2012
Eu sempre digo que gosto mais do 16 de Julho do que do 23 de
Agosto. Claro! O 16 de Julho me deu dois presentes sem os quais, eu não sei
onde estaria hoje.
A vida afasta, amargura, faz brigar.
A vida reaproxima, ensina, faz perdoar.
O 16 de Julho me deu as duas pessoas com quem mais brigo.
Mas porque possivelmente, são as pessoas que mais amo. E à vida, eu tenho que
agradecer, afinal, até me economizou memória em deixar tudo no 16 de Julho.
Então, obrigada à vida e ao 16 de Julho. E obrigada aos meus
dois amores, porque o aniversário é deles, mas o presente, sempre quem ganha,
sou eu.
domingo, junho 10, 2012
Quando eu me apaixonar...
domingo, junho 10, 2012
Acabei de “descobrir” que meu ex-ex namorado e potencial eterno amor terminou com a namorada dele.
Confesso, em meio a um sorriso
mórbido, que fiquei feliz. Não por ele ter terminado porque, de verdade, quero
muito que ele seja feliz e sei que hoje não sou eu quem vai fazer isso por ele.
O prazer culpável que sinto é aquele que suspira: eu sabia.
Quando eu o conheci, na fase do quase extinto Orkut, ele
tinha um testemunho escrito por alguma ex namorada, declarando ao mundo o
quanto ela o amava. Lembro-me de ter ficado puta, afinal, ele tinha acabado de
flertar comigo há algumas horas e quando vou ver, ele namora alguém que é
completamente apaixonada por ele? Calhorda.
Foi ai então que ele me disse que eles já não estavam juntos
há meses e blá blá blá. Desde então, penso sempre nisso quando vejo um casal
gritando aos quatro ventos que se ama. Entenda, leitor, acho demonstrações de
carinho públicas absurdamente fofas e será parte do meu próximo relacionamento,
mas elas precisam ser verdadeiras. Cada vez mais vejo pessoas se apaixonando
pela ideia de estarem apaixonadas e não pela pessoa que está ao lado delas.
Por mais que eu brinque constantemente que estou encalhada,
eu sei que isso não é uma verdade AINDA. Namoro de brincadeira, eu posso ter
quando quiser. Colocar no facebook, escrever mil e quinhentas declarações de
amor, mudar meu estilo de vida, me tornar sombra do garoto, achar que tudo o
que ele faz é lindo, abandonar meus já inexistentes amigos para dar atenção
apenas aos amigos dele, chamar de “amor”, “bebê” e o caralho a quatro, chamar a
mãe dele de sogra e a irmã de cu(nhada). Até que um belo dia tudo deixa de ser
e você vai, prontamente, se entregar perdidamente a outro zé mané. Claro que
antes você maldiz a vida a dois, declara que quer ficar sozinha para sempre
porque ser solteira é ser livre. Tá vendo? Até a rotina inteira eu já sei. Não que
eu tenha passado por ela muitas vezes mas já cansei de ver acontecer com todo
mundo que eu conheço.
Quer saber a verdade? Eu não quero isso pra mim. Prefiro sim
ficar sozinha no meu quarto com meus livros, meus filmes e meu vídeo game, mas
dedicando meu tempo aos meus hobbies e não vivendo a vida do transeunte que
hoje ocupa o título de namorado.
Eu quero algo que seja para sempre. Quero algo que consuma,
algo constante, algo de verdade.
/...quando eu me apaixonar, tem que ser pra sempre. Ou eu não
vou me apaixonar/
Assinar:
Postagens (Atom)